sábado, 19 de fevereiro de 2011

Onde estão as cores?

Pintando mais uma cena, escrevendo mais uma história. A mocinha apenas inventava verdades que não faziam parte de sua vida. Pelo menos em meio a mentiras ela finalmente era feliz.

A mocinha acordou em mais um dia chuvoso. Ela olhou pela janela e pode ver o cinza do céu de perto, afinal, sua vida também era dessa cor. Por muito tempo ela havia esquecido o que eram as cores. Cores só eram possíveis de se ver em seus quadros pintados, em suas histórias fantasiosas, mas, em sua vida, nada disso era real.

Levantou da cama querendo permanecer com seus sonhos. Caminhou em direção ao banheiro com a camisa branca maior que seus próprios braços. Chegando ao banheiro se viu no espelho. Imagem refletida de quem nem ela mesmo conhecia. ”Como pude me transformar nisso?”. Ela pensou. A realidade é que a ausência da vontade de viver havia a transformado em alguém que ela não era.

Por muito tempo a mocinha permaneceu em frente ao espelho pensando em quem ela era. ”Quem sou?”

Então, ela decidiu fazer de sua vida aquilo que eram suas histórias. Decidiu deixar o medo de lado e se lançar pra um novo amor. Afinal, o passado fazia parte do passado. Chegou a hora das feridas serem cicatrizadas finalmente. A vida não tinha culpa de um certo sapo que havia feito ela sofrer. Sofreu, mas agora estava na hora das cores voltarem pra sua vida.

A mocinha olhou pela última vez pra aquela que definitivemente não era ela. Tomou banho,se arrumou,penteou o cabelo e pensou “E agora? Voltar a viver.”

Bastou ela pensar isso que automaticamente as cores voltaram. No lugar da camisa branca grande e sem graça apareceu um vestido colorido lindo. No lugar do cabelo todo desarrumado ela apareceu com o cabelo solto, com cachos perfeitos. O cinza do céu foi substituido por um lindo azul, finalmente um sol brilhante apareceu no alto. As cores voltaram pra sua vida.

E a mocinha saiu… Correu pro mundo a procura da verdadeira felicidade. E se por acaso aparecesse mais algum sapo ela saberia o que fazer, voltaria a ser feliz mesmo assim. Afinal, sua felicidade estava no céu, não nas pessoas.

Sua felicidade era a vida eterna, não sapos sem graça.

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