quarta-feira, 22 de junho de 2011

O reino é a sua casa


O céu era azul e o sol brilhava intensamente. Atrás das montanhas era possível visualizar o castelo. Ele era enorme, cheio de cores. Sempre que eu o olhava eu tentava imaginar quem poderia morar naquele lugar.
Havia um rio que passava entre as montanhas e o castelo. A água era cristalina como eu nunca havia visto. Peixes coloridos enfeitavam ainda mais a paisagem que aos meus olhos era perfeita.
O vento trazia calma ao meu espírito. Talvez fosse um sonho, mas com certeza era o mais lindo. Eu avistava aquele reino ao longe e quanto mais eu o olhava, mais sentia vontade de morar nele.
Decidi caminhar em direção ao rio cristalino, atravessar as montanhas e chegar até o castelo. Talvez uma princesa linda morasse lá, uma rainha, um rei ou um príncipe. Será? Certas dúvidas transbordavam a minha mente e eu sabia que só iria me sentir melhor quando eu visse com meus próprios olhos.

No meu caminho eu fui sentindo meus pés cansados, não entendi. Não pude compreender, porque havia acabado de começar o meu trajeto. Mas o vento acariciava o meu rosto, acalmava o meu espírito e me dava forças pra continuar. Me aventurei, decidi passar por caminhos que nunca tinha passado. Antes eu só admirava aquele reino, mas não o conhecia verdadeiramente. Portanto, não sabia ao certo por onde eu estava andando.
Cheguei perto do rio. Bebi da água cristalina e quanto mais eu bebia mais sede eu sentia, era estranho. De repente me senti cheia, como nunca senti. O vento veio mais forte e por algum motivo eu sabia que eu deveria pescar. Por que? Não sei, apenas sentia que eu deveria fazer aquilo. Fui pescar peixes coloridos. Aparentemente parecia ser fácil, eles eram calmos, estavam tranquilos.
- Pegar um deles será fácil - Pensei. Mas não foi. Tentei durante muito tempo, mas não consegui.
Depois de um tempo eu percebi que cada peixe era diferente do outro. Cada um tinha uma cor diferente, se movia diferente. Logo, eu não poderia pesca-los da mesma forma. Fiquei tranquila, me esvaziei, mergulhei naquela água tentando pescar algum peixe. Algo me dizia que eu deveria usar o amor pra conseguir pescar. Assim eu o fiz. Logo, percebi que um peixe se destacava entre os outros. Ele estava parado, não nadava, estava caindo cada vez mais pro fundo... Ele estava machucado. Mergulhei pra tentar pega-lo, consegui. Segurei ele com as minhas mãos, cuidei das feridas. Usei o amor e logo consegui pescar milhares de peixes.
Continuei o meu caminho. Andava me sentindo mais leve. Pesquei milhares de peixes e os soltei no oceano da vida. Muitos pensamentos rondavam a minha cabeça. Por que eu estava indo em direção a um castelo? Por que estava andando em um caminho que nunca havia passado? Talvez a curiosidade fosse a culpada nessa história. Andei durante muito tempo e durante todas as horas, minutos e segundos, eu pensava em tudo que eu havia deixado pra trás... só pra conhecer um reino, pra saber quem é que morava ali.

Dúvidas vieram, obstáculos apareceram, o cansaço nasceu. Queria dar meia volta e voltar pra onde eu estava
- Tudo era mais fácil lá - Eu pensei, mas mesmo assim não desisti. Meus pés doiam, meus olhos fechavam sozinhos. Mas existia algo que chamava a minha atenção naquele castelo: Ele era diferente, apenas isso que chamou a minha atenção.

Não aguentava mais quando finalmente cheguei. Fiquei ansiosa pra saber o que me esperava atrás daquela porta grande e brilhante. Ela se abriu sozinha e uma forte luz tomou conta dos meus olhos, não pude ver muita coisa, mas uma voz me pediu pra entrar.
- Te esperei por muito tempo, que bom que você voltou - 

Seja quem for estava me confundindo com outra pessoa, só o que me faltava. Eu estava cansada de mais pra responder, só queria descançar.
- Por que veio de tão distante, filha?
- O seu reino me chamou atenção. Quem é você? Quem mora aqui? Por que você ligou essa luz na minha cara? não consigo te ver...

De repente se fez silêncio. O que eu estava fazendo ali? Não sei. A luz forte se apagou. Consegui ver aonde eu estava com meus olhos. Era uma sala, muito grande. Existia um rio que passava em frente do trono, deveria ser do rei eu pensei. Luzes coloridas enfeitavam o ambiente. Era lindo, estava encantada com as coisas maravilhosas que estava vendo naquele lugar.

Um homem de branco veio ao meu encontro. Era o príncipe ou o rei? Fiquei em dúvida. Ele beijou e minha mão e me deu boas vindas. Quando ele encostou em mim a paz tomou conta do meu ser, assim como o vento havia acalmado o meu espírito. De repente me senti como se tivesse feito a melhor escolha da minha vida, como se ali fosse o meu lugar. 



- Quem é você? - Eu perguntei sem sucesso, porque ele não me respondeu, apenas me levou pra conhecer o castelo. Tudo naquele lugar era lindo. O chão brilhava mais do que o ouro. Ele virou na minha direção e olhou no fundo dos meus olhos - Eu sou o seu irmão - Ele disse. Como assim meu irmão? Agora comecei a achar que talvez o tal príncipe ou rei fosse maluco.


- Sim, sou seu irmão. Filho do mesmo Pai... Prazer sou Jesus. Você sempre morou aqui, mas se distanciou. Você veio de longe pra saber quem é que morava aqui? Pois é, você mora aqui. Você é a princesa de Deus, a amada do Pai. Ele que te trouxe. Sabe quando os seus pés estavam cansados? Ele que te deu força pra seguir em frente. Lembra do vento que acariciava seus rosto e te dava animo de caminhar? Era o espirito santo te trazendo de volta pra casa.


De repente as minhas vestes mudaram. Não conseguia olhar pra minha roupa de tão branca que ela era. As lembranças de quem eu sempre fui vieram a tona. Como eu pude abandonar aquele reino? Mesmo caminhando pra longe meu Pai continuava me chamando pra perto, me amando.
Eu sou a princesa de Deus. Eu que moro no castelo.

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